Busca por combustíveis aumenta em cidades do Acre após crise de abastecimento na Bolívia

Foto Internet

Postos de Brasiléia e Epitaciolândia registram alta na demanda com chegada de bolivianos em meio à escassez no país vizinho

Postos de combustíveis em Brasiléia e Epitaciolândia, no interior do Acre, registraram aumento significativo na procura por gasolina e diesel desde a última segunda-feira (2). O motivo é a crise de abastecimento na Bolívia, que tem levado moradores da cidade boliviana de Cobija a cruzarem a fronteira em busca de combustível.

De acordo com Marleuda Cavalcante, proprietária da maior rede de combustíveis da região do Alto Acre, os quatro postos sob sua gestão — três em Brasiléia e um em Epitaciolândia — intensificaram a reposição de combustíveis para evitar desabastecimento local diante da crescente demanda.

“Estamos em contato direto com nossas duas bases distribuidoras para garantir que os estoques se mantenham regulares, tanto para atender à população local quanto à demanda vinda da Bolívia”, explicou Marleuda.

A empresária informou ainda que o fluxo tem se intensificado em horários específicos do dia, especialmente no fim da tarde. Apesar do movimento elevado, todos os clientes foram atendidos até o encerramento das atividades na noite de terça-feira (3).

A Prefeitura de Brasiléia também se pronunciou, afirmando que a situação está sendo monitorada e, caso necessário, medidas serão tomadas em conjunto com órgãos competentes para evitar impactos no abastecimento local.

Crise econômica agrava escassez na Bolívia

O aumento da procura por combustíveis no lado brasileiro acontece em meio à grave crise econômica na Bolívia. Desde o fim de maio, o país enfrenta problemas de escassez de combustíveis e de moeda estrangeira, o que tem provocado longas filas nos postos e protestos em cidades como La Paz.

No último dia 23, o presidente Luis Arce anunciou medidas para tentar amenizar a falta de combustíveis, mas a população continua relatando dificuldades. Na quarta-feira (4), motoristas de transporte coletivo tomaram as ruas da capital boliviana em protesto contra a situação.

A crise é considerada a mais severa desde a recessão global de 2008, agravada pela queda nas reservas cambiais, queda na produção de gás natural — principal fonte de energia do país — e retração das exportações.

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