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O debate sobre a concentração fundiária voltou ao centro da agenda latino-americana após a divulgação de dados que colocam a região entre as mais desiguais do mundo no acesso à terra. De acordo com estimativas divulgadas pela Land Inequality Initiative, cerca de 60% do valor total das terras agrícolas globais estão nas mãos dos 10% mais ricos da população rural. Na América Latina, o cenário é ainda mais grave: em países como Brasil, Guatemala e Equador, essa parcela pode chegar a mais de 70%.
Um levantamento que circula nas redes aponta os 10 países com maior desigualdade fundiária do planeta, todos latino-americanos. Entre eles, o Brasil aparece em 3º lugar, com 73% da terra agrícola concentrada nas mãos de grandes proprietários. A lista ainda traz Guatemala (80%), Equador (70–80%), Paraguai (~70%), Colômbia (~68%), Chile (~65%), Bolívia (~60%) e México (~55%).
No caso brasileiro, estudos apontam que 10% dos maiores proprietários rurais controlam cerca de 78% da área agrícola em algumas regiões, enquanto os 50% mais pobres detêm menos de 3%. Esse quadro se conecta diretamente a problemas sociais como a pobreza no campo, a violência fundiária e a baixa efetividade de políticas de reforma agrária.