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Em Porto Velho, presidentes Lula e Luis Arce destacam importância histórica da ligação sobre o rio Mamoré, que terá investimento de R$ 429,5 milhões e é aguardada há mais de 50 anos.
O presidente Lula e o presidente do Estado Plurinacional da Bolívia, Luís Arce, assinaram na sexta-feira, 8, a ordem de serviço para a construção da ponte internacional sobre o rio Mamoré, ligando Guajará-Mirim (RO) e Guayaramerín (Beni, Bolívia).
O investimento de R$ 429,5 milhões marca a concretização de um sonho de mais de cinco décadas da população boliviana e brasileira da região de fronteira. A obra, que será executada pelo governo brasileiro em duas etapas — elaboração do projeto básico e executivo, seguida da construção —, terá dimensões estratégicas, permitindo a navegabilidade de embarcações e a circulação de veículos internacionais por via terrestre.
Luís Arce classificou a data como “um dia especial para o povo boliviano”, ressaltando que a ponte vai muito além da infraestrutura. “Esta é uma obra de integração e de irmandade entre nossos povos, que vai fortalecer o intercâmbio comercial e criar encadeamentos produtivos binacionais e regionais”, declarou.
O presidente da Bolívia lembrou que o projeto remonta ao acordo de troca de notas firmado em 1971, relacionado ao Tratado de Petrópolis de 1903, e agradeceu diretamente a Lula por honrar o compromisso histórico e destinar os recursos necessários para viabilizar a obra. “Somos povos que constroem pontes em lugar de muros e fronteiras. Este é um sinal firme da importância que o irmão presidente Lula dá à integração soberana dos povos”, afirmou.
Segundo Arce, a obra também é um presente ao Bicentenário da independência boliviana, comemorado na última semana, e um passo estratégico na criação de um polo de desenvolvimento no norte do país. Ele aproveitou para defender a ampliação de parcerias regionais, mencionando a possibilidade de concretizar o projeto do trem bioceânico entre Brasil, Bolívia e Peru, que integraria Atlântico e Pacífico, ampliando o comércio e o intercâmbio cultural.
Lula reforçou que a ponte representa “o compromisso com uma América do Sul mais conectada e próspera”, enquanto autoridades brasileiras e bolivianas celebraram o caráter transformador da obra para o desenvolvimento da Amazônia e do Mercosul.
A previsão é que a execução da ponte internacional Guajará-Mirim–Guayaramerín sirva como referência de infraestrutura moderna, com projeção de futuro, beneficiando diretamente a economia regional, o turismo e a mobilidade de milhares de pessoas que cruzam a fronteira diariamente.