Brasil bate recorde de apreensão de drogas em 2024, mas Acre registra queda inédita na cocaína

Foto Reprodução

O ano de 2024 marcou um avanço inédito no combate ao tráfico de drogas no Brasil. Segundo o Mapa da Segurança Pública 2025, divulgado pelo Ministério da Justiça, o país bateu recorde de apreensão de entorpecentes. Foram mais de 1,5 mil toneladas de entorpecentes apreendidos com destaque para a cocaína e a maconha, sendo 137 mil toneladas e mais de 1,4 mil toneladas, respectivamente.

O levantamento aponta um aumento de 5,57% em relação a 2023 na apreensão de cocaína, e alta de 9,93% na maconha. Os números refletem um esforço concentrado das forças de segurança, amparado por um investimento federal de R$ 2,4 bilhões em segurança pública ao longo do ano.

Os resultados apresentados no relatório do governo federal também evidenciam uma queda de 6,33% nos homicídios dolosos em 2024. O número de latrocínios (roubo seguido de morte) caiu 1,65%. O investimento federal na segurança pública alcançou a marca de R$ 2,4 bilhões no ano passado, por meio do Fundo Nacional de Segurança Pública.

Para o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, o balanço demonstra “uma virada estratégica no enfrentamento à criminalidade, com inteligência, integração e foco territorial”.

Acre vira exceção

No entanto, em meio a um cenário nacional de repressão ampliada, um dado chama atenção: o estado do Acre registrou uma queda histórica de 50,47% nas apreensões de cocaína. De acordo com dados federais, foram apenas 316 quilos apreendidos em 2024, contra 638 quilos em 2023 — desempenho que contrasta frontalmente com o de estados vizinhos, como Amazonas e Rondônia, que viram seus índices dispararem.

Enquanto o Acre reduziu suas apreensões pela metade, o Amazonas saltou de 7,8 para 15 toneladas de cocaína em um ano, um crescimento de 91,05%, segundo registros da Polícia Civil do estado. Somente em uma única operação em agosto de 2024, mais de 4,3 toneladas foram interceptadas na calha do Solimões. No total, o Amazonas retirou 19,2 toneladas de entorpecentes das ruas, resultando em um prejuízo estimado de R$ 736 milhões ao crime organizado.

Já Rondônia, mesmo sem divulgar o total anual consolidado, registrou ações pontuais expressivas: em setembro, a PRF apreendeu 211 quilos de pasta-base de cocaína em apenas cinco horas, e, em maio de 2025, uma operação conjunta no Amazonas resultou na apreensão de aproximadamente 300 quilos da mesma droga, com origem presumida nas rotas que cruzam o território rondoniense.

Além das operações federais, a Polícia Civil do Acre (PCAC) divulgou um balanço com mais de 250 quilos de drogas apreendidas somente na capital em 2024, e outros 140 quilos no interior. Em maio de 2025, a instituição realizou uma grande operação em uma transportadora em Rio Branco, que resultou na apreensão de 51 quilos de maconha e skunk, avaliados em cerca de R$ 300 mil.

Na região Norte, a soma das apreensões de cocaína chegou a 20,2 toneladas em 2024, um aumento de 9,9% em relação a 2023. O Acre foi o único estado da Amazônia Legal a apresentar redução significativa, destoando de uma tendência regional de fortalecimento da repressão ao narcotráfico.

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