Com atuação tática impecável, clube brasileiro vence um dos gigantes do futebol europeu e reacende esperança sul-americana no torneio
O Botafogo protagonizou uma das partidas mais marcantes da Copa do Mundo de Clubes ao vencer o Paris Saint-Germain, um dos times mais poderosos do futebol europeu na atualidade. A vitória não garantiu título, mas teve o peso simbólico de um feito raro no cenário globalizado do futebol moderno — marcado pela desigualdade financeira entre clubes europeus e os demais continentes.
Enfrentar o PSG, cuja estrutura é financiada por um projeto estatal com recursos bilionários, parecia missão quase impossível. Mas o Botafogo contrariou as previsões com um plano de jogo preciso, desenvolvido pelo técnico Renato Paiva, e mostrou que ainda há espaço para o futebol estratégico, coletivo e aguerrido.
Tática e resistência
Paiva montou um esquema defensivo compacto, com três meias e três atacantes formando um bloco central estreito. A proposta era clara: fechar os espaços pelo meio, onde o PSG costuma articular suas jogadas mais perigosas. O trio de volantes — Marlon Freitas, Gregore e Allan — teve atuação decisiva, auxiliado por uma defesa sólida comandada por Jair e Barboza.
Nos últimos cinco jogos, o PSG havia marcado 19 gols, incluindo cinco na final da Champions League contra a Inter de Milão e quatro na estreia da Copa contra o Atlético de Madrid. Contra o Botafogo, porém, não teve sequer uma chance clara de gol.
Eficiência nos contragolpes
No segundo tempo, o time brasileiro soube explorar os contra-ataques. Savarino encontrou Igor Jesus em ótima condição para marcar o gol decisivo. O atacante foi premiado por sua entrega, em um duelo em que muitas vezes esteve isolado contra a defesa francesa.
Um marco sul-americano
O Botafogo mostrou disciplina tática, resistência física e inteligência estratégica. A vitória vai além dos três pontos: representa uma injeção de ânimo para o futebol sul-americano e um lembrete de que, apesar das diferenças econômicas, ainda há espaço para grandes surpresas dentro de campo.
É a grande história brasileira — e sul-americana — da competição até agora.