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O Bolsa Família chega a 125,3 mil famílias em todos os 22 municípios do Acre, a partir desta segunda-feira, 18, consolidando-se como a principal política de transferência de renda no estado. O investimento do Governo Federal ultrapassa R$ 90,4 milhões, com um repasse médio de R$ 721,78 por família.
O calendário de pagamento segue até o dia 29, conforme o Número de Identificação Social (NIS). Em muitos lares, o benefício não representa apenas um complemento de renda, mas sim o que garante a comida na mesa, o gás na cozinha e a sobrevivência em meio às dificuldades.
Em agosto, além do valor fixo, 47,9 mil famílias acreanas recebem o Auxílio Gás, no valor de R$ 108, equivalente a um botijão de 13 quilos de GLP. O adicional representa alívio imediato para famílias que, muitas vezes, precisam escolher entre pagar uma conta ou garantir o básico para cozinhar.
O programa também reforça a proteção à infância: 69,5 mil crianças de zero a seis anos recebem o Benefício Primeira Infância, no valor de R$ 150, somando R$ 9,9 milhões em repasses no estado. Outros benefícios complementares chegam a 116,2 mil crianças e adolescentes de sete a 18 anos, além de 6.238 gestantes e 3.200 nutrizes.
O impacto do Bolsa Família no Acre se revela também nos grupos prioritários:
– 421 famílias em situação de rua
– 5.923 famílias indígenas
– 2 famílias quilombolas
– 49 famílias com crianças em situação de trabalho infantil
– 151 famílias resgatadas de trabalho análogo à escravidão
– 133 famílias de catadores de material reciclável
São números que revelam não apenas estatísticas, mas histórias de resistência e dignidade garantidas por meio da renda mínima.
Cidades que mais recebem
Rio Branco concentra o maior número de beneficiários, com 42.297 famílias atendidas, seguida por Cruzeiro do Sul (14.278), Tarauacá (8.927) e Sena Madureira (8.864).
Mas é nos municípios menores que o valor médio do benefício chama atenção: em Santa Rosa do Purus, cada família recebe em média R$ 893,18, o maior repasse do estado. Jordão (R$ 879,99), Assis Brasil (R$ 813,74) e Porto Walter (R$ 812,51) também figuram entre os mais altos.
O perfil dos beneficiários no Acre segue a tendência nacional: 83,9% dos responsáveis familiares são mulheres, em sua maioria negras e pardas. No país, 36,6 milhões de pessoas pretas e pardas compõem o público atendido pelo programa — uma face que revela como o Bolsa Família tem cor, gênero e território marcados.