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A Bolívia terá segundo turno presidencial em 19 de outubro, após o resultado do pleito de domingo, 18, confirmar que nenhum candidato atingiu os critérios para vitória em primeiro turno. O senador centrista Rodrigo Paz Pereira (PDC) liderou com cerca de 32% dos votos válidos, seguido pelo ex-presidente Jorge “Tuto” Quiroga (Libre), com aproximadamente 27%.
A grande surpresa foi o colapso do MAS (Movimiento al Socialismo), partido do presidente Luis Arce e do ex-presidente Evo Morales, que registrou apenas 3,2% com o candidato oficialista Eduardo del Castillo. Sem força para mobilizar a base histórica, o partido vive sua pior crise desde a chegada ao poder, em 2006.
O resultado foi influenciado pelo alto número de votos nulos e brancos, que ultrapassaram 19% do total. Boa parte desse eleitorado atendeu ao chamado de Evo Morales, que, impedido de concorrer, pediu que seus apoiadores anulassem o voto em protesto contra o que chamou de “fraude institucionalizada”.
Agora, o país entra em uma nova etapa política. Rodrigo Paz se apresenta como uma alternativa de centro, com propostas de estabilidade econômica, diálogo político e reconstrução institucional. Já Jorge Quiroga representa um projeto mais liberal e conservador, defendendo privatizações, segurança e reformas de Estado.
Apoiado por Samuel Doria Medina, que obteve cerca de 20% dos votos e ficou em terceiro lugar, Paz chega ao segundo turno com vantagem e articula uma frente ampla para derrotar Quiroga. Analistas apontam que o candidato centrista tem maior potencial de agregação no segundo turno, especialmente entre eleitores urbanos e moderados.
Com o MAS fora do páreo, a Bolívia encerra um ciclo de 20 anos de hegemonia da esquerda e abre caminho para uma disputa polarizada entre centro e direita. O novo presidente será escolhido no dia 19 de outubro, em um cenário de transição política profunda e expectativas por renovação.