“Eu sou cristão. Fui criado no cristianismo e eu, como professor que fui, sempre entendi que a criança tem o mundo lúdico dela. Todo mundo tem suas fases. Tudo tem seu tempo. Essa questão de você dizer que vai ser homem ou mulher, isso é quando você já está com a idade avançada”.
A frase é do prefeito Tião Bocalom ao comentar sobre o projeto de lei, de autoria do vereador João Marcos Luz (PL), no qual proíbe a participação de crianças e adolescentes na Parada do Orgulho LGBTQIA+.
Bocalom reforça o respeito a toda a comunidade, porém, salienta que as crianças não possuem maturidade para determinadas decisões. “A prefeitura tem um bocado de gente que é homossexual e tenho o maior carinho por eles, tenho o maior respeito. Depois que você tem a consciência plena, aí você toma a decisão. Agora, criança não”, enfatiza.
De acordo com Luz, auto do PL, a proposta visa proteger os menores de um ambiente considerado inapropriado para sua faixa etária, semelhante à classificação aplicada a shows e bares. “Esse Projeto de Lei têm como princípio básico o espírito de proteção às nossas crianças e adolescentes, com garantia de opção, a partir de uma decisão pessoal e com a idade adequada, sobre a identidade de gênero e opção sexual”, disse o vereador na justificativa do PL.
E acrescentou: “entendemos que na fase inicial de vida, o maior estímulo deve ser no sentido de garantir um bom acesso a educação, com as crianças frequentando regularmente o ambiente escolar, com a introdução dos conteúdos das disciplinas e aprendendo a conviver com outras crianças em grupo”.
O parlamentar explicou que o projeto busca atender ao Artigo 74 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Em caso de infração, tanto o responsável pelo menor quanto a organização do evento serão penalizados com multa de R$ 10 mil por hora.