‘Blitz do MDB’ estreia com denúncia sobre projeto de habitação em Rio Branco

Foto: Evandro Derze/Assecom

Foto: Evandro Derze/Assecom

A primeira “Blitz do MDB” realizada nesta semana pelos vereadores Éber Machado, Fábio Araújo e Neném Almeida expôs uma série de denúncias contra o programa habitacional “Mil e Uma Dignidades”, lançado pela prefeitura de Rio Branco com a promessa de construir mais de mil casas populares em tempo recorde.

Durante a sessão de quinta-feira, 16, o vereador Fábio Araújo destacou que a madeira que seria utilizada na construção das casas estaria apodrecendo em galpões alugados pelo município. Segundo ele, parte do material se deteriorou completamente, gerando prejuízo ao erário e questionamentos sobre o destino dos recursos públicos.

“É madeira que está se desfazendo e virando pó, dissolvendo. Essa é a prova do desperdício com dinheiro público”, afirmou Fábio em plenário, ao exibir imagens do material armazenado. O parlamentar destacou que a prefeitura chegou a anunciar a entrega de 500 casas no ano passado, mas que, segundo o atual coordenador do programa, apenas 300 estariam previstas para este ano, sem previsão real de conclusão. “Prometeram mil e uma casas em um dia, anunciaram 500, agora dizem que são 300. O número muda, mas as promessas continuam sem se cumprir”, ironizou.

O vereador afirmam que o projeto, anunciado com pompa e divulgado como referência de sustentabilidade, fracassou na prática. A denúncia aponta que apenas cerca de 20% da madeira reaproveitada da empresa AgroCortex teria sido realmente utilizada, obrigando a prefeitura a comprar novos lotes, o que descaracterizou o discurso ambiental e elevou os custos.

“O prefeito disse que as casas seriam feitas com madeira de reaproveitamento. Mentira. O município comprou madeira nova e mesmo assim o material está se perdendo”, criticou o vereador Fábio, acrescentando que o suposto “projeto verde” virou “um exemplo de desperdício”.

Outro ponto levantado diz respeito ao pagamento de fretes e aluguéis de galpões. Araújo afirmou que os valores não correspondem à quantidade de madeira transportada.

“Há indícios de irregularidade. O peso da madeira não bate com os fretes pagos. Ou seja, tem caminhão que recebeu sem transportar nada”, denunciou, pedindo que o caso seja apurado pelo Ministério Público e pelo Tribunal de Contas do Estado.

O programa “Mil e Uma Dignidades” chegou a ser anunciado como um marco para a cidade e teria sido apresentado inclusive em eventos internacionais, mas, segundo os vereadores, tornou-se um retrato da má gestão e da falta de transparência. “O que foi vendido como símbolo de inovação e solidariedade virou um amontoado de madeira podre. As casas não saíram do papel e o dinheiro público escorreu pelo ralo”, concluiu o vereador.

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