“A maior arma de um assediador é o medo das pessoas se manifestarem.” A frase do advogado e ex-superintendente da RBTrans, Benício Dias, marcou a Tribuna Popular de terça-feira, 26, na Câmara Municipal de Rio Branco. Mais do que relatar episódios de assédio moral já denunciados em dias anteriores, Benício transformou sua fala em um chamado contra a intimidação e a perseguição dentro do serviço público.
Segundo ele, o clima instaurado na autarquia vai além de divergências administrativas. Trata-se, nas palavras do advogado, de um sistema de coerção que leva servidores a se calarem diante de abusos por medo de represálias. “Essas pessoas que me relataram as situações têm medo de exposição. Têm medo de retaliação. Mas eu não tenho medo. Estou aqui para falar a verdade e para defender quem não pode falar.”
Em tom de confronto, pediu que a Câmara avance na abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar os fatos. Na ocasião, ele afirmou que servidores estariam sendo coagidos a assinar documentos em defesa da atual gestão, mesmo após o afastamento do superintendente.
Para o ex-dirigente, esse tipo de prática reforça o ambiente de medo e silenciamento. “Se esta Casa não colocar fim nessa empreitada do mal, ele continuará forçando servidores a escrever o que ele quer”, disse.
Por fim, Benício lançou mão de um discurso duro, apontando que a luta contra o assédio exige coragem e disposição para enfrentar riscos. “A profissão do advogado não é para covardes. Eu não sou da geração leite de Mucilon. Estou aqui porque acredito que a verdade precisa ser dita, custe o que custar.”