Foto: Geisy Negreiros/G1
O bebê José Pedro, prematuro extremo de apenas 25 semanas, morreu na madrugada desta segunda-feira (27) na UTI neonatal do Hospital da Criança, em Rio Branco. O recém-nascido havia sobrevivido após ser declarado morto logo após o parto e encaminhado para sepultamento, em um episódio que chocou o país.
Os pais, Sabrina Souza e Marcos dos Santos, são do município de Pauini (AM) e vieram à capital acreana em busca de cuidados especializados, já que a gestante apresentava fortes dores e contrações. Sabrina deu entrada na Maternidade Bárbara Heliodora na quinta-feira (23).
Segundo relato da família, o parto ocorreu de maneira inesperada no próprio leito, após o rompimento da placenta. O pai afirma que um profissional informou que o bebê nascera sem vida, o envolveu em um saco e o levou ao necrotério.
Na manhã de sábado (25), durante o velório, parentes ouviram um choro vindo do caixão. A tia do recém-nascido pediu que ele fosse reaberto e constatou-se que José Pedro estava vivo.
A criança foi levada às pressas de volta à maternidade, onde recebeu os primeiros cuidados emergenciais. Em seguida, foi transferida ao Hospital da Criança, intubada e mantida em suporte ventilatório intensivo.
A morte foi registrada por volta das 2h30 desta segunda-feira. O corpo seguiu para o Instituto Médico-Legal (IML), que fará exames para auxiliar nas investigações.
O governador do Acre, Gladson Cameli, determinou o afastamento imediato dos profissionais envolvidos no primeiro atendimento e solicitou apuração rigorosa do caso pela Polícia Civil e pela Secretaria de Saúde.
Em coletiva, a médica que participou do atendimento inicial, Mariana Collodetti, afirmou que o quadro do bebê era “extremamente grave”, mas reconheceu que o recém-nascido chegou a apresentar sinais vitais estáveis logo após ser reencontrado com vida.
A família busca explicações sobre:
• Por que não houve confirmação clínica detalhada do óbito?
• Qual o protocolo adotado no atendimento de prematuros extremos?
• Houve falha médica ou negligência institucional?
A Polícia aguarda laudos do IML e depoimentos para esclarecer responsabilidades.
Muito abalado, o pai afirmou que a dor da perda se soma à incerteza sobre o que ocorreu.
“Meu filho lutou muito para viver. A gente só quer justiça”, disse Marcos, em curta declaração enviada à imprensa.
Prematuros com menos de 26 semanas têm alto risco de complicações respiratórias e cardiovasculares, exigindo avaliação minuciosa logo após o nascimento e assistência imediata em terapia intensiva. (Com Informações Ecos da Noticias)
