Em meio a uma Câmara dividida entre a base governista e a oposição, o vereador João Paulo tem construído um espaço próprio: o da crítica responsável. Integrante da base de apoio ao prefeito, ele defende que ser leal não significa ser cego, e que o papel do vereador é equilibrar compromisso político com independência de pensamento.
Durante entrevista ao podcast Correio em Prosa, o parlamentar afirmou que vota com o governo quando as propostas beneficiam a cidade, mas que não abre mão de cobrar melhorias nos serviços públicos, especialmente nas áreas de transporte, infraestrutura e abastecimento de água. “Eu não me calo diante de falhas, mas também não sou leviano. O papel do vereador é fiscalizar com equilíbrio e propor soluções. Cobrar não me torna oposição, me torna responsável”, disse.
Para ele, a política municipal precisa amadurecer — e isso começa pelo comportamento dos próprios parlamentares. “A cidade está cansada de promessas sem cronograma. Licitação precisa de data, de entrega e de resultado. Não dá mais para tratar a população com improviso”, reforçou.
João Paulo também defende que o debate político deve ser conduzido com respeito. “Eu posso criticar a gestão, mas não posso desrespeitar pessoas. Essa política de ataque pessoal já feriu demais o país. É possível cobrar, discordar e ainda assim manter o diálogo”, avaliou.
Com formação em psicologia e experiência na gestão pública, o vereador costuma adotar uma linguagem técnica nas sessões plenárias e tem se destacado entre os pares pelo equilíbrio das falas. Para ele, o Parlamento precisa ser espaço de construção, e não de palco. “Eu acredito na política como instrumento de transformação, não como ferramenta de vaidade”, concluiu.
