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A ativista indígena Ysani Kalapalo, uma das vozes mais influentes do movimento indígena nas redes sociais, usou seus canais digitais para criticar a participação da cantora Anitta em um ritual Kuarup, realizado na aldeia Kuikuro, no Parque Indígena do Xingu, em Mato Grosso. Para Ysani, a presença da artista pop no evento desrespeitou a tradição e serviu mais à autopromoção do que às causas dos povos originários.
Integrante da etnia Kalapalo, Ysani acumula mais de 800 mil inscritos no YouTube e outros milhares de seguidores em redes sociais, onde compartilha conteúdos sobre cultura, costumes e cotidiano da aldeia Tehuhungu. Autodeclarada uma “indígena do século 21”, ela se tornou referência ao unir ancestralidade e tecnologia na defesa dos povos originários.
No vídeo em que se posicionou sobre a participação de Anitta, Ysani destacou que a cantora não seguiu os protocolos tradicionais do ritual. “Ela tinha que estar pintada com todo o corpo e também sem roupa nenhuma, apenas com adereços. O fato dela estar de roupa dançando o Kuarup já desrespeita o ritual”, afirmou.
A ativista também questionou o engajamento da artista com a pauta indígena, “Sabemos muito bem que a Anitta não colabora praticamente nada com o progresso dos povos indígenas. A fala dela é só lacração. Quem defende realmente a natureza são os indígenas.”
Histórico de atuação
Ysani não é uma voz qualquer. Em 2019, discursou na abertura da Assembleia-Geral da ONU, em Nova York, a convite do então presidente Jair Bolsonaro, o que a projetou internacionalmente. Conhecida por sua visão crítica e alinhamento à direita, ela costuma provocar debates que ultrapassam as fronteiras das aldeias.
Em suas falas, ressalta o papel histórico dos povos originários na preservação das florestas. “Vocês sabiam que florestas como a Mata Atlântica e a Amazônia foram cuidadas e manejadas ao longo de milênios pelos povos indígenas? Esse é um legado para todo o Brasil e também um compromisso de todos nós: defender os verdadeiros guardiões das florestas.”