Pelo menos 20 pessoas morreram em Gaza nesta quarta-feira (23) em decorrência de ataques aéreos israelenses, segundo autoridades de saúde locais. Um dos bombardeios atingiu a Escola Yaffa, na área de Tuffah, na Cidade de Gaza, onde famílias desabrigadas estavam abrigadas, matando pelo menos 10 pessoas. O ataque provocou incêndios em barracas e salas de aula. Até o momento, Israel não comentou sobre o episódio.
Testemunhas descreveram cenas de desespero. “Estávamos dormindo e, de repente, houve uma explosão. A escola inteira pegou fogo, barracas, salas de aula… tudo em chamas”, relatou Um Mohammed Al-Hwaiti, sobrevivente do ataque.
Enquanto moradores procuravam pertences entre os escombros, médicos locais informaram que outros ataques aéreos em diferentes pontos do enclave mataram ao menos mais 10 pessoas.
Desde o rompimento do cessar-fogo em janeiro, Israel intensificou suas operações em Gaza. De acordo com o Ministério da Saúde local, mais de 1.600 palestinos foram mortos desde 18 de março, e centenas de milhares foram obrigados a deixar suas casas. Israel alega que as ações visam criar uma “zona de segurança” no território.
Outro ataque, também nesta quarta-feira, atingiu o Hospital Infantil Durra, na Cidade de Gaza. Um míssil danificou o prédio superior da unidade, afetando a UTI e destruindo o sistema de painéis solares que fornecia energia ao hospital. Apesar dos danos, não houve registro de mortes no local.
O sistema de saúde de Gaza enfrenta colapso iminente, agravado pelo bloqueio israelense a combustíveis e suprimentos essenciais, em vigor desde o início das operações militares em março. Israel defende que o bloqueio busca pressionar o Hamas a libertar 59 reféns israelenses ainda detidos desde os ataques de outubro de 2023, que desencadearam o atual conflito. O Hamas, por sua vez, afirma estar disposto a negociar a libertação, mas apenas em troca de um acordo que encerre a guerra.