“Vocês não têm ideia da honra.” A frase do analista de produtividade e inovação da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Eduardo Tosta, foi curta, mas carregada de significados. Em um Acre que luta por reconhecimento e oportunidades, ela ecoou como um reconhecimento raro vindo diretamente do governo federal — e num lugar simbólico: a inauguração do Complexo Industrial do Café, no interior do estado.
Apesar do evento já ter acontecido há alguns dias, a fala de Tosta permanece atual por um motivo essencial: ela revela uma virada econômica silenciosa, porém promissora. Segundo ele, em menos de dois anos, um dos municípios envolvidos já aumentou sua arrecadação em 44,5%. “Imagina 2025, 2026, 2027 (…) onde nós vamos tracionar com muito mais produtores, muito mais cooperados”, projetou o analista.
Tosta estava ali não apenas como técnico, mas também como representante do governo federal, elogiando publicamente o esforço coletivo de cooperativas, produtores e lideranças locais, bem como a diretora de Economia Sustentável da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Perpétua Almeida, citada como figura estratégica para garantir apoio institucional e reverter investimentos em prosperidade. “É um orgulho estar aqui representando o governo federal em nome da ABDI”, completou.
A fala do analista ganha ainda mais relevância no contexto atual do estado: enquanto o país inteiro discute bioeconomia e transição energética, o Acre aposta em cadeias produtivas com alto valor agregado e capacidade de interiorização do desenvolvimento — e o café clonal, símbolo dessa estratégia, está no centro disso.
Mais do que grãos ou torrefação, o Complexo representa, segundo Tosta, tecnologia, inclusão produtiva e soberania econômica para centenas de pequenos produtores. A construção de uma identidade produtiva sólida, baseada em cadeias sustentáveis, pode finalmente tirar o Acre da condição periférica no debate nacional sobre desenvolvimento.