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A Arábia Saudita confirmou a retomada das importações de carne de aves do Rio Grande do Sul, após o fim das restrições impostas em razão de um foco de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) registrado no município de Montenegro. A liberação foi comunicada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) na última quinta-feira, 14.
Segundo a Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), a Arábia Saudita representou 21% das exportações do setor gaúcho entre janeiro e outubro de 2024, ficando atrás apenas dos Emirados Árabes Unidos. No cenário nacional, o país também se destacou como o segundo maior destino da carne de frango brasileira no mesmo período, de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
“Hoje os países do Oriente Médio importam cerca de 30% do que o Brasil exporta, e automaticamente o Rio Grande do Sul se insere nesse número porque é o 3º maior exportador do país”, destacou o presidente da Asgav, José Eduardo dos Santos.
Reabertura gradual dos mercados
A decisão da Arábia Saudita se soma a outros movimentos recentes. Na última semana, Coreia do Sul, Angola e Catar também retiraram o embargo, enquanto o Japão flexibilizou as restrições para o Rio Grande do Sul. O Chile sinalizou positivamente, mas ainda não oficializou a reabertura.
Apesar dos avanços, importantes mercados como China e União Europeia continuam com a suspensão em vigor. Nesta semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reforçou o pedido de retomada ao presidente chinês, Xi Jinping.
Atualmente, países como Canadá, Chile, Macedônia do Norte, Malásia, Paquistão, Timor-Leste e União Europeia mantêm bloqueio total às compras de carne de aves do Brasil. Já Armênia, Rússia, Ucrânia e outras nações restringem apenas o produto proveniente do território gaúcho.
Impacto para o setor
O Rio Grande do Sul ocupa posição estratégica na avicultura nacional. A reabertura do mercado saudita é considerada fundamental para recuperar a confiança internacional e reduzir as perdas causadas pelos embargos desde 2023. Para os produtores, o retorno significa garantia de escoamento da produção e manutenção de empregos em toda a cadeia.