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O presidente da Apex-Brasil, Jorge Viana, evitou o lugar-comum das homenagens e discursos protocolares. Ao receber o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na manhã de sexta-feira, 8, no Acre, preferiu apontar para uma cicatriz aberta da política brasileira: a violência verbal e simbólica que já marcou visitas presidenciais ao Acre.
“Eu já vi líder político que assume a presidência da República vir aqui ensinar criança a atirar. Já vi vir aqui prometer que ia ‘metralhar’ adversários, inclusive a mim, só por causa de filiação partidária. Hoje, o que a gente vê é um presidente que vem para abraçar os doentes, acolher quem precisa e buscar solução para os problemas do Acre. Isso é civilidade”, disse.
A declaração veio no meio de um discurso que misturou lembranças pessoais e marcos da história recente do estado. Viana resgatou episódios em que Lula esteve no Acre antes mesmo de chegar ao Planalto — no velório de Chico Mendes, em 1988, e em visitas a trabalhadores perseguidos — para mostrar que a relação entre o petista e o estado atravessa décadas e não depende de conveniência política.
Diante de uma plateia formada por extrativistas, indígenas, produtores rurais, empresários e lideranças políticas de diferentes partidos, Viana ressaltou que o gesto de Lula de visitar hospitais, comunidades e cooperativas é também um recado para um país dividido: “Não se trata de olhar quem é o prefeito ou o governador. É sobre respeitar as pessoas, mesmo quando pensam diferente. Isso é o que falta na política.”
O ex-governador ainda destacou que, sob seu comando, o Acre multiplicou por 20 o valor de suas exportações e que, agora, à frente da Apex-Brasil, o estado já caminha para bater novo recorde em 2025: “Provavelmente, seremos o estado que mais vai crescer em exportações este ano. Isso é fruto do trabalho de quem produz e de quem abre portas lá fora.”
Por fim, Jorge Viana deixou claro que a presença de Lula no Acre vai além de anúncios de obras ou investimentos: “O presidente veio para dar boas notícias, mas, principalmente, para mostrar que é possível fazer política sem ódio, sem ameaça e sem arma na mão.”