André Kamai denuncia que prefeito transfere ônus político do aumento da tarifa para a Câmara

Foto: Assessoria

Foto: Assessoria

O vereador André Kamai (PT) voltou a criticar, na sessão de quarta-feira, a forma como a prefeitura encaminhou à Câmara de Rio Branco o projeto que aumenta a tarifa do transporte coletivo e amplia o subsídio pago à empresa responsável pelo sistema. Segundo ele, a medida representa uma tentativa do prefeito de transferir para os vereadores o ônus político do reajuste, sem transparência, sem estudo de impacto orçamentário e utilizando os trabalhadores do setor como massa de pressão.

Kamai destacou que o projeto chegou de surpresa à Casa, sem conhecimento prévio da presidência ou da liderança do governo, mas já com a mobilização organizada pela empresa e pela própria prefeitura junto ao sindicato de trabalhadores. “Eu nunca vi um prefeito mobilizar a sociedade para pressionar os supostos aliados dele. Isso prova que o prefeito não confia na sua base”, afirmou.

Para o vereador, a convocação dos rodoviários serviu apenas como estratégia para constranger os parlamentares, já que não há qualquer garantia de que o aumento aprovado se converta em benefícios salariais ou no pagamento de auxílios aos empregados.

Ele lembrou que a empresa acumula um histórico de atrasos e descumprimentos, citando inclusive episódios em que rodoviários paralisaram atividades por falta de pagamento do auxílio-alimentação, ao mesmo tempo em que a frota circulava com ônibus em péssimas condições. “Como acreditar que esse aumento vai para o bolso dos trabalhadores se até agora as promessas não foram cumpridas?”, questionou.

Kamai também ressaltou o parecer da Procuradoria Jurídica da Câmara, que aponta falhas na tramitação do projeto. O documento cobra estudo de impacto financeiro para o município e defende que a discussão sobre tarifas deve ocorrer no âmbito do conselho responsável pelo contrato de concessão, com participação da sociedade. “O prefeito está tirando o povo do debate porque não quer se comprometer com o destino do dinheiro nem com o desgaste político de aumentar a passagem. Está passando no escuro”, acusou.

Por fim, o parlamentar reafirmou que não se opõe ao debate sobre a tarifa, mas cobrou contrapartidas concretas. “Eu quero saber como é que o sistema vai melhorar. Vai ter ônibus novo? Vai ter linha nova? Vai ter parada para os passageiros não ficarem na chuva? Ou vamos apenas carregar o peso político de uma decisão que não é nossa?”, indagou.

Compartilhar