O vereador André Kamai (PT) denunciou na terça-feira, 24, durante sessão na Câmara Municipal de Rio Branco, que três pessoas em situação de rua morreram recentemente vítimas de tuberculose na capital acreana. A informação, segundo ele, foi repassada por Josemir Alves, conhecido como Baiano, representante do Movimento Nacional da População em Situação de Rua no Acre.
“O Baiano me informou que já houve três óbitos nos últimos dias por tuberculose entre pessoas em situação de rua. É uma situação grave que nós devemos observar com atenção”, afirmou Kamai em plenário.
Além dos óbitos, o vereador alertou que uma quarta pessoa está internada em estado grave, também acometida pela doença. O cenário, segundo ele, exige resposta imediata da Prefeitura de Rio Branco, especialmente da Secretaria Municipal de Saúde e do serviço de Consultório na Rua, que é responsável por levar atendimento básico à população em vulnerabilidade.
Risco de contaminação e invisibilidade social
A fala do vereador não se limitou ao número de vítimas. Kamai fez um apelo público, ressaltando o alto risco de contaminação em locais frequentados por pessoas em situação de rua, como o restaurante popular, e destacou a urgência de ações preventivas:
“A prioridade precisa ser o cuidado com a saúde dessas pessoas, para que elas não sejam acometidas por uma doença tão grave, que já está levando vidas. Mas também é essencial prevenir a possibilidade de contaminação de outras pessoas em situação semelhante.”
Kamai reforçou ainda que, além de assistência médica, essas pessoas precisam de respeito, dignidade e presença do poder público. “São pessoas vulneráveis, que merecem dignidade e atenção. O poder público precisa estar presente onde a dor se alastra e onde a invisibilidade mata”, declarou.
Por fim, Kamai cobrou providências concretas e urgentes da gestão municipal, e defendeu a ampliação das políticas públicas voltadas à população em situação de rua, sobretudo no enfrentamento de doenças como a tuberculose, que ainda mata silenciosamente nas margens da sociedade.
“Não se trata apenas de números ou estatísticas. São vidas humanas. São histórias que não podem terminar assim, por negligência do poder público”, concluiu Kamai.