Na Amazônia onde a tecnologia ainda enfrenta a lama dos ramais e os obstáculos da exclusão rural, uma revolução silenciosa está tomando forma — não nos gabinetes, mas sobrevoando lavouras e criando oportunidades onde antes havia apenas dificuldade. No Acre, a Agrotech Drones Agrícolas está mudando o agro não apenas com equipamentos, mas com visão, capacitação e inclusão produtiva.
Mais do que vender drones, a Agrotech vem formando uma nova geração de produtores digitais, jovens rurais que agora não apenas operam as máquinas — empreendem com elas. “O drone virou ferramenta de renda. Tem produtor aqui no Acre que começou como aluno, e hoje atende três, quatro propriedades por semana. Ele opera, gera resultado e ainda vira referência no seu ramal”, conta o empresário Victhor Voigt, proprietário da Agrotech.
Essa transformação acontece graças a uma proposta educacional ousada: a Agrotech oferece cursos completos de operação e manutenção, realizados dentro de ônibus adaptados que rodam o estado levando conhecimento técnico até onde a internet não chega.
“Nosso diferencial é formar o produtor. A gente ensina a operar, mapear, calibrar, fazer manutenção. Quando o produtor entende que pode ser o próprio prestador de serviço, ele deixa de ser refém da falta de estrutura e passa a ser protagonista”, destaca Voigt.
É essa lógica que cria o que o fundador chama de “rede descentralizada de empreendedores agrícolas” — gente que aprende, aplica e compartilha. A Agrotech deixa na propriedade muito mais que um drone: deixa autonomia, segurança e futuro.
Da roça à inovação: o agro que fala em megabytes
Enquanto o discurso sobre inovação no campo ainda está preso a editais e eventos em Brasília, no Acre, o campo já fala em megabytes por hectare. São jovens que antes pensavam em migrar para a cidade e agora enxergam futuro no próprio território, usando tecnologia para gerar renda, preservar o solo e evitar desperdícios.
“O Acre é desafiador. Tem variações de relevo, áreas de difícil acesso e pouca assistência técnica. Onde o trator não entra, o drone voa. E onde falta estrutura, a gente leva capacitação”, reforça Victhor.
Com pulverização de precisão e economia real de insumos (de 300 litros para até 15 por hectare), os drones da Agrotech se tornaram aliados não apenas da eficiência econômica, mas também da sustentabilidade ambiental.
Outro ponto que diferencia a Agrotech é a estrutura técnica para manutenção e pós-venda, um gargalo que impedia muitos produtores de confiar plenamente na tecnologia. “Quando comecei, tive que ir pra Colômbia aprender manutenção porque não havia ninguém por perto. Hoje, nossos alunos já saem preparados para lidar com falhas no campo, com peças disponíveis aqui mesmo. Isso acelera tudo”, afirma Victhor.
Um mercado em ebulição — e você pode entrar agora
O que antes era visto como “brinquedo de engenheiro”, hoje é ferramenta essencial de trabalho. A demanda por serviços com drones supera a oferta de operadores capacitados, e isso cria uma janela gigantesca para quem quer começar do zero. “A pessoa compra um drone, se forma com a gente, e já tem serviço esperando. É uma profissão que nasce com demanda. Quem entra agora, sai na frente”, garante.
A Agrotech segue expandindo sua atuação com modelos que atendem desde o pequeno produtor familiar até o grande prestador de serviço. Mas, mais do que isso, segue plantando uma cultura de autonomia, inteligência e inovação rural.