Agro brasileiro quer protagonismo climático na COP30 e entrega documento a lideranças internacionais

Foto: Reprodução

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O presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Luiz Carlos Corrêa Carvalho, defendeu na segunda-feira, 11, na abertura do 24º Congresso Brasileiro do Agronegócio, que o setor deve ser reconhecido como parte da solução para os desafios climáticos globais e não como vilão ambiental. No evento, realizado em São Paulo, ele anunciou a entrega oficial do documento “Agronegócio Frente às Mudanças Climáticas” às lideranças da COP30, que será sediada em novembro no Brasil.

O texto reúne contribuições de mais de 80 entidades e apresenta práticas já adotadas pelo agro nacional para conciliar produtividade, preservação ambiental e desenvolvimento social. “O aquecimento global é uma ameaça existencial. Precisamos canalizar nossa indignação em ação coletiva e construtiva”, afirmou, citando fala do embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP30, que não pôde participar por questões de saúde.

No discurso, Carvalho destacou que o cenário geopolítico mundial é de fragmentação e incertezas, marcado por guerras, protecionismo, tensões comerciais e mudanças no multilateralismo. Para ele, o Brasil tem uma vantagem estratégica nesse contexto: segurança alimentar e energética, com forte base em energias renováveis e produção sustentável.

“O agro brasileiro vem sendo construído tijolo a tijolo com ciência, competência e suor. Levaremos à COP30 uma vitrine positiva, com narrativas reais da nossa Revolução Verde”, reforçou.

O documento entregue à COP30 aborda temas como integração lavoura-pecuária-floresta, biocombustíveis, mitigação de gases do efeito estufa, transição energética e fortalecimento de cooperativas – estas, aliás, reconhecidas pela ONU ao declarar 2025 como o Ano Internacional das Cooperativas.

Carvalho também defendeu alianças estratégicas internacionais para enfrentar barreiras comerciais e fortalecer mercados, além de mecanismos privados de financiamento e seguro rural. “Talvez seja a hora da ousadia e da criatividade, desafiando a sabedoria convencional”, concluiu.

A expectativa é que as propostas do setor sirvam de referência para negociações e compromissos firmados durante a COP30, reforçando o papel do Brasil como fornecedor confiável de alimentos, fibras e energia limpa para o mundo.

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