Aos 28 anos, o atleta da natação Adam Peaty desabafou sobre estar em uma “espiral autodestrutiva”, mas afirmou que espera encontrar uma saída em busca de sucesso nos Jogos Olímpicos de Paris 2024. Bicampeão da prova dos 100m peito com direito a recorde mundial, Peaty desistiu do Campeonato Britânico no início do mês por problemas de saúde mental.
Peaty já havia falado sobre períodos de depressão e problemas com álcool, mas, agora, ele admite ter piorado. Tudo isso num somatório do último ano com a luta contra lesões, busca por motivação e o rompimento de seu relacionamento com a mãe de seu filho.
-Tem sido uma jornada incrivelmente solitária. O diabo no meu ombro (diz), ‘Você está perdendo a vida, você não é bom o suficiente, você precisa de uma bebida, você não pode ter o que quer, você não pode ser feliz – falou em entrevista ao The Times.
-Estive em uma espiral autodestrutiva, o que não me importo em dizer porque sou humano. Ao dizer isso, posso começar a encontrar as respostas. Cheguei a um ponto da minha carreira em que não me sentia eu mesmo – não me sentia feliz nadando, não me sentia feliz no meu maior amor que é o esporte. Eu tive minha mão pairando sobre um botão de autodestruição porque, se não obtiver o resultado que desejo, eu me autodestruo – desabafa.
Em seu currículo vencedor soma-se nada menos que os recordes mundiais nos 100m peito e 4 medalhas olímpicas – bicampeão nos 100m peito (Tóquio 2020 e Rio 2016), ouro nos 4x100m medley misto (Tóquio 2020) e prata nos 4x100m medley (Rio 2016). Além de dez conquistas em campeonatos mundiais. A busca incansável pela perfeição cobrou seu preço, mas Adam Peaty já traça o objetivo de buscar o lugar mais alto do pódio na próxima edição das Olimpíadas.
– Qualquer pessoa sã sabe que 18 anos fazendo a mesma coisa é uma loucura. Tentando encontrar margens minúsculas ano após ano, tentando encontrar 0,1%. A dedicação e o sacrifício – os fins de semana e todo o seu tempo são gastos perseguindo esse objetivo para esta oportunidade de glória olímpica. Uma vez fez sentido, duas vezes foi uma grande pergunta e foi maior da última vez porque aquele ano extra da Covid foi muito difícil para todos nós – relembra.
– Um terceiro? É muito bizarro que façamos isso, mas ainda estou aqui. A única razão pela qual me afastei disso por enquanto, competitivamente, é porque não sei por que ainda estou fazendo isso, para ser honesto. Não sei por que ainda estou lutando. O positivo é que notei um ‘porquê’ ali. Estou procurando a resposta – conclui.
Por Redação do GE