Acre vai ganhar indústrias e laboratório de solo para fortalecer a produção de café, diz Perpétua Almeida

Foto: Diego Gurgel/Secom

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O Acre vive um novo ciclo de fortalecimento do café, e desta vez, o movimento vem acompanhado de tecnologia, capacitação e oportunidades de industrialização. A diretora de Gestão da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Perpétua Almeida, destacou durante o QualiCafé 2025 que o estado está prestes a dar um salto inédito na cadeia produtiva do grão, com a instalação de novas indústrias e a criação do primeiro laboratório de análise de solo do interior acreano.

“Isso pra mim é uma alegria enorme. O Acre já tem produtores de café há mais de 40 anos, mas agora estamos vivendo um tempo de oportunidades reais para agregar valor. Através da ABDI, criamos um programa para industrializar a produção das cooperativas, e os resultados já estão aparecendo”, afirmou Perpétua.

A diretora explica que o primeiro marco desse avanço foi a entrega de uma indústria no Vale do Juruá, responsável por gerar mais de dois mil empregos e movimentar a economia regional. Agora, duas novas plantas industriais estão em fase final de documentação e deverão ser implantadas nos municípios de Capixaba e Acrelândia. Além delas, um projeto voltado ao beneficiamento do açaí de Feijó também está em execução.

Outro ponto destacado por Perpétua é a criação de um laboratório de solo em parceria com o Instituto Federal do Acre (Ifac). Segundo ela, a medida vai reduzir custos e tempo de análise para os produtores. “Hoje, qualquer análise de solo precisa ser enviada para outros estados. Isso encarece o processo e atrasa decisões importantes. Com o novo laboratório, poderemos realizar as análises aqui mesmo, fortalecendo o trabalho técnico e a produtividade”, explicou.

A líder da ABDI também revelou uma parceria com o Instituto de Pesquisa Agropecuária do Acre voltada à formação de profissionais especializados em toda a cadeia do café. O objetivo é capacitar técnicos, agrônomos e baristas, eliminando a dependência de profissionais de fora do estado. “Se você quiser um barista hoje, precisa trazer de outro estado. Nós vamos formar baristas do Acre e profissionais capazes de transformar a cafeicultura local em referência nacional”, disse.

Com apoio da ABDI, o Acre passa a integrar uma agenda estratégica de industrialização sustentável que promete fortalecer não apenas a produção de café, mas todo o setor agroindustrial. “Quando o produtor faz uma boa análise de solo, ele sabe do que sua terra precisa e garante uma boa colheita. Isso é mais produção, mais renda e mais dignidade para quem vive do campo”, finalizou Perpétua Almeida.

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