A chegada da vacina contra a dengue ao Acre no próximo mês de março representa um marco histórico para o Brasil, que se torna o primeiro país do mundo a oferecer a vacinação contra a doença através de sua rede pública de saúde. Apesar disso, o país enfrenta desafios em relação à quantidade de doses disponíveis, com previsão de acesso a até 6 milhões de vacinas ao longo deste ano, o que permitirá a imunização de 3 milhões de pessoas em 2024, considerando que a aplicação requer duas doses.
O Ministério da Saúde, alinhado com as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), planeja priorizar a vacinação para indivíduos entre 6 e 16 anos. No entanto, diante do quantitativo reduzido de doses, a definição da faixa etária prioritária será discutida em uma reunião agendada para quinta-feira (25), envolvendo também estados e municípios.
A vacina Qdenga (TAK-003), desenvolvida pelo laboratório japonês Takeda Pharma e aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em março de 2023, é recomendada para pessoas entre 4 e 60 anos, incluindo aqueles que já tiveram dengue. O início da vacinação está previsto para fevereiro.
O funcionamento da vacina contra dengue envolve a utilização de um vírus atenuado, composto por fragmentos dos quatro tipos de dengue presentes no mundo. No entanto, grupos específicos, como pessoas com doenças que afetam a imunidade ou que fazem uso de medicamentos imunossupressores, gestantes e mulheres amamentando não poderão receber a vacina.
Em relação à incidência da doença no Brasil, o Ministério da Saúde reportou 1,6 milhão de casos de dengue e 1.094 mortes em 2023. Em 2024, os casos já ultrapassam os 10 mil e sete mortes estão sob investigação. Estados como Espírito Santo, Minas Gerais, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal e Goiás registraram as maiores taxas de incidência.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil liderou os registros mundiais da doença em 2023, com 2,9 milhões de casos ao longo do ano.
Na Hora da Notícia