Estado também teve 25 hectares desmatados em áreas sem destinação definida, segundo levantamento do Observatório das Florestas Públicas
O estado do Acre registrou 332,65 hectares de queimadas e 25,88 hectares de desmatamento em Florestas Públicas Não Destinadas (FPNDs) nos primeiros quatro meses de 2025. Os dados constam em boletim divulgado nesta quinta-feira (5), Dia Mundial do Meio Ambiente, pelo Observatório das Florestas Públicas, iniciativa do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), em parceria com o Movimento Amazônia de Pé.
As FPNDs são áreas pertencentes ao poder público que ainda não têm uso definido — como reservas ambientais, terras indígenas ou projetos de assentamento. Por não possuírem uma destinação formal, essas florestas tornam-se mais vulneráveis a ocupações irregulares, queimadas e desmatamentos ilegais.
Queimadas na Amazônia Legal
Em toda a Amazônia Legal, foram identificados 37.719 hectares queimados em FPNDs entre janeiro e abril. O estado do Pará lidera o ranking, com mais de 26 mil hectares atingidos pelo fogo. A maioria dos focos (68%) ocorreu em áreas sob domínio federal, enquanto os demais (31%) aconteceram em florestas públicas estaduais.
Somente no mês de abril, a região amazônica registrou 3.813 hectares queimados, o que representa um aumento de 40% em relação a março. Apesar disso, houve uma redução de 81% em comparação com abril de 2024, quando os focos de queimadas somaram 21.168 hectares.
Desmatamento também preocupa
O boletim aponta ainda que, no mesmo período, as FPNDs da Amazônia registraram 19.306 hectares desmatados. O estado do Amazonas foi o mais afetado, com 12.433 hectares, seguido por Pará e Roraima.
Cerca de 80% de todo o desmatamento ocorreu em áreas de florestas públicas sob responsabilidade do governo federal, reforçando o alerta para a necessidade de destinação formal e políticas de proteção efetivas nessas áreas.