O estado do Acre não alcançou a meta prevista pelo Programa Luz para Todos em 2024, ficando entre os piores desempenhos da Amazônia Legal, segundo levantamento do Instituto de Defesa de Consumidores (Idec). Nenhuma unidade consumidora foi conectada à rede de energia no estado no ano passado, apesar da meta estipulada de 5.700 novas ligações com investimento estimado de R$ 216 milhões.
A falha compromete o acesso à energia limpa em comunidades isoladas da floresta, onde o programa tem como foco substituir o uso de geradores a diesel por sistemas fotovoltaicos. Em resposta, o Ministério de Minas e Energia (MME) confirmou que a meta não foi atingida no estado, embora tenha atribuído parte da divergência à diferença de critérios metodológicos — o governo considera a homologação técnica e não a ativação efetiva, como faz o Idec.
Além de não cumprir a meta de 2024, há relatos de problemas em comunidades que já haviam sido contempladas pelo programa, incluindo sistemas solares com capacidade insuficiente, falta de manutenção e ausência de diálogo com as populações locais.
Desempenho nacional
Em nível nacional, o programa também ficou aquém da meta. Das 29,7 mil unidades consumidoras previstas para 2024, apenas 18,4% foram atendidas, de acordo com o Idec. O MME, no entanto, afirma que 60.179 unidades foram ligadas no ano passado, beneficiando cerca de 240,7 mil pessoas — o equivalente a 81% da meta anual estabelecida no âmbito do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Ao considerar os anos de 2023 e 2024 juntos, o governo aponta que o Luz para Todos atingiu 98% da meta bienal, com 124 mil atendimentos realizados. Mesmo assim, os números nacionais escondem desigualdades regionais. Amapá e Pará atingiram 100% das metas, enquanto Amazonas, Mato Grosso, Tocantins e Acre registraram os piores índices.