Acre inteiro está em nível crítico de qualidade de vida, aponta IPS Brasil 2025

Foto: Sérgio Vale

Foto: Sérgio Vale

O Acre aparece no IPS Brasil 2025 como um dos estados que menos conseguem ofertar condições adequadas de qualidade de vida à sua população. O dado mais alarmante é que nenhum dos 22 municípios acreanos ultrapassou a marca de 60 pontos no índice, faixa considerada de “nível crítico”. Isso significa que, em todas as cidades acreanas, há severas limitações em áreas como saúde, educação, segurança, infraestrutura e inclusão social.

No ranking estadual, o Acre ocupa a 24ª posição entre os 26 estados brasileiros, à frente apenas de Pará e Maranhão. Entre os municípios, a capital Rio Branco aparece como a que apresenta melhores indicadores, mas ainda com apenas 62,29 pontos, situando-se no limite da faixa intermediária. A diferença para os piores casos é significativa: Santa Rosa do Purus, com 44,25 pontos, e Feijó, com 44,39 pontos, figuram entre as cidades mais vulneráveis do Brasil.

Os melhores e piores do Acre

Dentro do estado, o levantamento mostra que, mesmo entre os “melhores” municípios, o desempenho é baixo para padrões nacionais. Rio Branco (62,29), Epitaciolândia (57,19) e Plácido de Castro (55,28) lideram o ranking acreano, mas sem alcançar o patamar de boa qualidade de vida.

Na outra ponta, aparecem como os piores municípios para se viver no Acre:

  • – Santa Rosa do Purus – 44,25 pontos
  • – Feijó – 44,39 pontos
  • – Tarauacá – 47,62 pontos
  • – Jordão – 48,26 pontos
  • – Marechal Thaumaturgo – 48,43 pontos

Amazônia Legal concentra os piores índices

O Acre não está sozinho nesse cenário de vulnerabilidade. A pesquisa revela que oito dos dez piores municípios brasileiros em qualidade de vida estão na Amazônia Legal, região que inclui Acre, Amazonas, Pará, Amapá, Tocantins, Rondônia, Roraima, Maranhão e parte do Mato Grosso.

A combinação de isolamento geográfico, infraestrutura precária, altos índices de desmatamento, desigualdade social e baixa presença de políticas públicas eficazes ajuda a explicar os números negativos. Municípios amazônicos, especialmente os pequenos, sofrem com acesso limitado à saúde, educação, saneamento básico e oportunidades de emprego, o que pressiona seus indicadores.

Onde estão as melhores cidades do Brasil

O contraste é evidente quando se observa o outro extremo da lista. Entre os municípios com até cinco mil habitantes, São Paulo concentra 9 dos 10 melhores resultados do país. Gavião Peixoto (SP) aparece no topo com quase 80 pontos, liderando não apenas o grupo de pequenos municípios, mas também o ranking nacional.

Essas cidades paulistas se destacam pela forte infraestrutura urbana, acesso à saúde e educação de qualidade, baixa desigualdade social e bons índices de segurança. A distância em relação a municípios da Amazônia chega a quase 40 pontos, revelando a profunda desigualdade regional do Brasil.

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