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Conquistar a primeira Carteira Nacional de Habilitação (CNH) no Acre continua sendo um desafio financeiro para milhares de jovens e trabalhadores. De acordo com levantamento da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran), o custo médio para concluir todo o processo no estado chega a R$ 3.906,60, valor que coloca o Acre entre os seis mais caros do Brasil e como o mais caro da região Norte.
O montante inclui exames médicos e psicológicos, taxas cobradas pelo Detran, aulas teóricas e práticas, além das provas obrigatórias. Na prática, significa desembolsar mais de duas vezes o salário mínimo em vigor, o que limita o acesso de grande parte da população.
No ranking nacional, o Acre aparece atrás apenas de Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Bahia, Minas Gerais e Santa Catarina. Já na outra ponta, a Paraíba apresenta o custo mais baixo do país, com pouco menos de R$ 2 mil para tirar a primeira habilitação.
O impacto social dessa disparidade é evidente. Estima-se que cerca de 20 milhões de brasileiros dirijam sem habilitação, e o preço elevado é apontado como o principal obstáculo. Entre os que não possuem CNH, a maioria pertence a famílias com renda de até um salário mínimo, com maior concentração nas regiões Norte e Nordeste.
Para tentar reverter esse cenário, o Ministério dos Transportes estuda flexibilizar a obrigatoriedade das autoescolas. A proposta, em análise pela Casa Civil, prevê alternativas como aulas teóricas online e instrutores autônomos cadastrados nos Detrans, medida que pode reduzir os custos em até 80%.
Enquanto a mudança não é implementada, o Acre segue figurando entre os estados em que tirar a CNH se tornou um grande investimento financeiro, dificultando o sonho da carteira de motorista para grande parte da população.