Pela primeira vez, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) incluiu no Censo Demográfico de 2022 um levantamento detalhado sobre a população quilombola no Brasil. O estudo identificou 1.327.802 pessoas que se autodeclararam quilombolas, representando 0,65% da população brasileira.
A Região Nordeste concentra a maioria dessa população, com 905.415 pessoas (68,19%), seguida pelas regiões Sudeste (182.305) e Norte (166.069). Apenas os estados do Acre e Roraima não registraram população quilombola.
O Censo também revelou que a maioria dos quilombolas reside em áreas rurais (60%). A mediana de idade dessa população é de 31 anos, inferior à média nacional de 35 anos, indicando uma população mais jovem.
Em relação ao saneamento básico, 94,6% dos quilombolas em áreas rurais enfrentam precariedades, como falta de acesso adequado a água potável, esgotamento sanitário e coleta de lixo. Nas áreas urbanas, essa taxa é de 53,6%.
A taxa de analfabetismo entre quilombolas de 15 anos ou mais é de 19%, quase três vezes superior à média nacional de 7%. Em áreas rurais, essa taxa sobe para 22,71%, enquanto em áreas urbanas é de 13,28%.
Esses dados inéditos fornecem uma base importante para a formulação de políticas públicas voltadas à promoção da igualdade e melhoria das condições de vida das comunidades quilombolas em todo o país.