O estado do Acre ocupa a última colocação no ranking nacional de inserção econômica dos jovens, divulgado na quinta-feira, 29, pelo Centro de Liderança Pública (CLP), com base em dados recentes do IBGE.
O indicador mede a proporção de jovens entre 15 e 29 anos que estudam ou trabalham. No Acre, apenas 68,3% estão inseridos no mercado de trabalho ou em instituições de ensino, número que coloca o estado na 27ª posição entre as 27 unidades da federação.
A taxa é considerada preocupante e revela a dificuldade do estado em garantir oportunidades concretas de estudo e geração de renda para a população jovem — faixa etária mais impactada pelo desemprego e pela evasão escolar. No topo do ranking estão Santa Catarina, Rio Grande do Sul e o Distrito Federal, todos com índices superiores a 86% de inserção.
O levantamento faz parte do pilar de capital humano do Ranking de Competitividade dos Estados, estudo que avalia a capacidade dos governos estaduais em promover políticas públicas eficientes nas áreas de educação, trabalho e formação profissional.
Juventude sem espaço
A baixa colocação do Acre reforça um cenário já conhecido por especialistas: falta de políticas estruturadas, ausência de programas de qualificação e um mercado retraído para quem busca o primeiro emprego. A realidade impacta diretamente o futuro de uma geração que tenta romper o ciclo da pobreza e da dependência familiar.
“Quando o jovem não estuda e não trabalha, perde-se o presente e adia-se o futuro. O estado precisa reagir com políticas reais de acesso ao ensino técnico, ao empreendedorismo e à profissionalização”, alerta um trecho da análise técnica do CLP.
O índice também serve como alerta para a urgência de investimento em políticas voltadas à juventude, em especial nos estados da Região Norte, onde as desigualdades sociais e o abandono escolar caminham lado a lado.