Acre é o 2º estado mais dependente de repasses federais, aponta Tesouro Nacional

Foto: Internet

Foto: Internet

O Acre é o segundo estado do país com maior dependência de transferências da União, segundo dados divulgados pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN) no mais recente Relatório Resumido de Execução Orçamentária em Foco dos Estados + DF. O levantamento revela uma realidade estrutural que há anos desafia as finanças públicas locais: apenas 30% da receita do estado é própria, enquanto 70% vêm de repasses federais.

O dado coloca o Acre atrás apenas do Amapá, que lidera o ranking nacional com 77% de dependência. O estudo considera receitas e despesas correntes realizadas e liquidadas entre setembro e outubro de 2025.

Mais do que um número contábil, o dado escancara a fragilidade fiscal de estados da Amazônia Legal, cuja economia ainda depende fortemente do setor público e de transferências constitucionais. A baixa arrecadação própria, somada à concentração de gastos obrigatórios, limita a capacidade de investimento e planejamento de longo prazo.

De acordo com o relatório, 50% da receita estadual do Acre foi destinada ao pagamento de pessoal, enquanto 29% cobriram o custeio da máquina pública. Outros 4% foram aplicados em investimentos e 4% no pagamento de serviços da dívida.

Entre as áreas que mais consumiram recursos, a educação respondeu por 25% das despesas — o equivalente a R$ 1,78 bilhão —, seguida pela saúde, com 19% (R$ 1,41 bilhão). Outros 28% (R$ 2,07 bilhões) foram distribuídos entre diferentes setores da administração, e 10% (R$ 740 milhões) foram destinados à previdência social.

A leitura dos dados do Tesouro reforça o desafio histórico do Acre: ampliar a autonomia fiscal e reduzir a dependência de repasses federais sem comprometer os serviços públicos essenciais. Um esforço que exige diversificação econômica, modernização tributária e gestão eficiente — pilares ainda em construção.

Compartilhar