Nos últimos quinze dias, o estado do Acre foi palco de três operações de grande porte para combater crimes ambientais como grilagem de terras públicas, desmatamento ilegal e queimadas criminosas. As ações ocorreram em pontos considerados críticos para a preservação do bioma amazônico e resultaram em prisões, apreensões de equipamentos e destruição de instrumentos usados em atividades ilícitas.
As investigações ocorreram nos municípios de Acrelândia, Manoel Urbano e também em Boca do Acre, no Amazonas, e fazem parte de uma ofensiva planejada para 2025 com o objetivo de coibir a devastação ambiental e garantir a integridade das áreas de preservação e terras públicas federais.
De acordo com informações obtidas, as operações foram batizadas de Usurpare III, Pyros I e Pyros II. Além de flagrar atividades ilegais em campo, as autoridades estão atuando para responsabilizar não apenas quem executa os crimes, mas também os seus financiadores e mandantes.
Para intensificar o enfrentamento aos crimes ambientais, uma base operacional permanente foi instalada em Boca do Acre, município na divisa com o Acre, considerado estratégico para o monitoramento da fronteira amazônica. Também há estrutura ativa de inteligência e logística na capital acreana, Rio Branco.
As duas bases servirão de suporte para operações semanais ao longo do segundo semestre. As ações devem se concentrar em áreas de alto risco ambiental, onde há maior incidência de invasões, desmatamentos e queimadas ilegais — muitas delas associadas a grilagem e expansão irregular de atividades agropecuárias.
As ofensivas fazem parte de uma nova diretriz de atuação integrada entre diferentes esferas de fiscalização ambiental e segurança pública, buscando sufocar redes criminosas que lucram com a destruição da floresta.
“O foco é romper a lógica de impunidade em regiões dominadas por crimes ambientais, responsabilizando quem destrói, quem ordena e quem se beneficia dessas ações”, afirma um dos envolvidos na coordenação das ações.
As operações devem seguir ativas ao longo do ano, com atenção especial às fases de estiagem, quando aumenta o uso ilegal do fogo para a limpeza de áreas invadidas.