Acre celebra nova era do café com protagonismo do produtor e reconhecimento internacional

Foto Diego Gurgel-Secom

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O secretário de Estado de Agricultura, José Luiz Tchê, resumiu em uma palavra o sentimento que marcou o anúncio do campeão do Concurso Qualicafé 2025, nesta sexta-feira, 10, no Alfa Jardim: emoção.

“Meu coração está muito feliz, porque a gente vai conseguir fazer uma coisa muito diferente do que imaginamos. O produtor e a produtora rural, nos primeiros concursos, estavam no sol, comendo poeira. Hoje, eles recebem dignidade, estão numa festa do tamanho que merecem”, afirmou.

O evento, que já se tornou referência no calendário produtivo do Acre, chega à terceira edição consolidando o estado como uma nova fronteira da cafeicultura amazônica. Nesta edição, 35 cafés ultrapassaram a nota 80, alcançando o padrão internacional de qualidade exigido para cafés especiais. Para Tchê, o resultado é reflexo da profissionalização dos produtores e do trabalho técnico promovido pelo governo e parceiros.

“No primeiro ano, mandamos o café para o Espírito Santo fazer a prova; no segundo, para Rondônia; e neste terceiro, resolvemos fazer aqui. O mais importante é que não vendemos apenas café — vendemos uma história de preservação”, destacou.

O secretário reforçou que o Concurso Qualicafé é mais do que uma competição: é uma vitrine do Acre para o mundo. Os 15 produtores com melhores notas — o Top 15 — embarcam em novembro para a Semana Internacional do Café, em Minas Gerais, onde terão contato direto com compradores, torrefadores e especialistas. “Assim como levamos nossos produtores à Itália, agora eles vão ver onde o café deles chega, trocar experiências e compreender o valor do que produzem”, explicou.

Da missão à Itália, realizada em setembro, vieram resultados concretos. Os cafés acreanos classificados no concurso serão enviados à Universidade de Turim e à Câmara de Comércio da cidade, onde passarão por análise técnica e certificação. Além disso, o Acre foi convidado a participar, em 2026, do maior festival de gastronomia internacional, com um estande exclusivo para apresentar o café produzido na Amazônia.
“Recebemos ligações nesta semana de compradores interessados em containers, mas estamos sendo prudentes. Queremos exportar com qualidade, e não apenas em quantidade”, observou.

Tchê também destacou a transformação do perfil exportador do Acre nas últimas décadas. “O que exportávamos em 1999, 2000? Madeira e castanha. O que exportamos hoje? Carne, soja, milho, porco e café. Isso é mudança de rumo e de paradigma. Só é possível porque temos um governo que não persegue o produtor e a produtora rural — deixa as pessoas trabalharem”, concluiu.

Com premiação total de R$ 150 mil e o reconhecimento dos melhores cafés do estado, o Qualicafé 2025 reafirma o Acre como um dos territórios mais promissores da cafeicultura amazônica — onde a floresta e o sabor caminham juntos, e o orgulho do produtor se transforma em símbolo de desenvolvimento e identidade.

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