Foto: Josciney Bastos/Secom
O café deixou de ser apenas uma promessa no Acre. Com avanços técnicos, produção sustentável e reconhecimento nacional, o estado chega à Semana Internacional do Café (SIC 2025), que começa nesta quarta-feira, 5, em Belo Horizonte (MG), como uma das novas forças produtivas da Amazônia.
Para o secretário de Estado de Agricultura, José Luis Tchê, o momento traduz o amadurecimento de uma política pública construída com diálogo e persistência. “O Acre chega ao patamar que merece”, define. E acrescenta: “É o resultado de uma gestão que uniu governo, produtores e floresta em torno de uma mesma causa: gerar valor com preservação.”
A presença acreana na SIC 2025 simboliza também uma mudança de rota na economia rural. O secretário revela que o valor bruto da produção agrícola do estado já ultrapassou o da soja, reflexo do avanço de cultivos diversificados e do fortalecimento da agricultura familiar. “Nosso produtor é valente, trabalhador e parceiro. Ele não quer nada de graça, quer oportunidade. A Seagri entra com apoio técnico e política pública; ele entra com esforço e vontade de crescer. É assim que a gente muda o campo”, diz.
Por trás dessa transformação, há um trabalho silencioso e estratégico. No centro dessa virada está o programa QualiCafé, mantido pela Secretaria de Agricultura (Seagri). A iniciativa levou capacitação técnica, análise de solo, incentivo à mecanização e acompanhamento direto aos pequenos produtores — pilares que ajudaram o estado a sair do anonimato e conquistar espaço no cenário nacional.
O resultado desse esforço é visível nas lavouras. Produtores mais preparados, solos corrigidos e manejo orientado abriram caminho para o cultivo de um café de excelência: o Robusta Amazônico, variedade que hoje simboliza a nova identidade agrícola do Acre. Valorizado por sua cremosidade, aroma intenso e resistência natural às pragas tropicais, o grão acreano começa a ocupar lugar de destaque no mapa do café brasileiro.
Com o café, o Acre vive um novo ciclo produtivo e cultural. Jovens e famílias inteiras voltam à terra, e a sucessão familiar transforma lavouras em legados. “O café chegou pra ficar. É dignidade, renda e futuro. E é também a prova de que produzir e preservar podem, sim, andar juntos”, conclui Tchê.
