O Acre celebrou nesta semana um marco inédito na saúde pública: a realização do 100º transplante de fígado no estado. O procedimento foi realizado em Rio Branco, na Fundação Hospitalar do Acre (Fundhacre), e representa um avanço significativo nos serviços de alta complexidade oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) à população acreana.
A conquista é resultado de um trabalho conjunto entre a Fundhacre e a Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), que têm investido em estrutura, capacitação de profissionais e manutenção de habilitações técnicas para garantir que os pacientes recebam tratamento especializado sem a necessidade de deslocamento para outros estados.
“Esse marco mostra que o Acre está preparado para oferecer tratamentos complexos com dignidade e perto de casa. Seguiremos trabalhando para ampliar o acesso à saúde de qualidade”, destacou o governador Gladson Cameli.
O secretário de Saúde, Pedro Pascoal, reforçou a importância do feito. “Esse é o resultado de um planejamento sério e da dedicação das nossas equipes. O Acre tem estrutura e profissionais comprometidos com a vida, e vamos continuar avançando.”
A presidente da Fundhacre, Soron Steiner, que acompanhou de perto o procedimento, lembrou do papel da instituição na promoção de novas habilitações e do incentivo à doação de órgãos. “Cada transplante representa uma vida salva. Nossa missão é continuar avançando e oferecendo cada vez mais possibilidades de tratamento à população.”
Responsável técnico pelos transplantes de fígado no estado, o cirurgião Tércio Genzini também celebrou o feito. “Quando começamos, diziam que era impossível. Mas havia uma necessidade real, e construímos uma equipe capacitada. Hoje, temos resultados comparáveis aos dos grandes centros do país. Realizar cem transplantes no Acre tem um peso imenso.”
Primeiro transplante foi realizado há 11 anos
A história dos transplantes hepáticos no Acre começou em abril de 2013, com o primeiro procedimento do tipo realizado na Região Norte pelo SUS. O paciente, Lúcio César Nepomuceno, lembra com emoção a experiência. Diagnosticado com cirrose hepática, ele teve a vida salva graças ao transplante realizado em Rio Branco.
“Foi um renascimento. Saber que hoje cem pessoas tiveram essa mesma chance é emocionante. É gratificante ver esse avanço no nosso estado”, disse.
Fundhacre se consolida como referência regional
Além dos transplantes de fígado, a Fundhacre também realiza transplantes de rim e córnea, e se prepara para iniciar os procedimentos de transplante de tecido ósseo. A instituição mantém um ambulatório especializado que acompanha todos os pacientes transplantados, oferecendo o suporte necessário para a continuidade do tratamento.
Foto: Gleison Luz/Fundhacre