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O Acre registrou desempenho histórico nas exportações no primeiro semestre de 2025, alcançando US$ 57,9 milhões em vendas ao exterior, um crescimento de 19,1% em relação ao mesmo período do ano anterior. O resultado mantém a trajetória de expansão iniciada nos últimos anos e consolida o estado como um dos protagonistas na diversificação da pauta exportadora brasileira.
A carne bovina segue como principal produto, com mais de US$ 8,23 milhões exportados, seguida pela soja, que somou US$ 4,8 milhões. Outros itens que ganharam espaço foram a carne suína, o ferro, o aço e a castanha-do-Brasil, cujo valor médio por quilo com casca subiu 121,4%, passando de US$ 1,21 para US$ 2,68. Os principais destinos no semestre foram Peru, China, Espanha, Emirados Árabes Unidos e Malásia.
A proximidade geográfica com países da América do Sul, especialmente o Peru, ainda é um diferencial logístico, mas produtores e autoridades locais buscam ampliar a presença em mercados mais distantes e competitivos. O reconhecimento do Acre como zona livre de febre aftosa elevou a competitividade da carne e impulsionou investimentos privados, que já superam R$ 200 milhões, sendo R$ 120 milhões destinados à bovinocultura e R$ 82 milhões à suinocultura.
Panorama nacional e oportunidades na África
Enquanto o Acre avança, o Brasil também mantém o agronegócio como pilar estratégico. No primeiro semestre de 2025, o setor exportou US$ 82 bilhões, respondendo por quase metade das exportações totais do país. Apesar de uma leve queda nos preços internacionais e das tensões comerciais, como as tarifas aplicadas pelos Estados Unidos, o desempenho foi sustentado pela diversificação de mercados e pela busca de novos destinos para produtos agropecuários.
A China segue como principal cliente, mas com participação levemente menor do que no ano anterior. Países como Japão, Vietnã, Tailândia, Indonésia e membros da União Europeia avançam como mercados promissores. No continente africano, o Brasil vem ampliando sua presença por meio de acordos e participação em feiras estratégicas, como a autorização recente para exportação de gergelim para a África do Sul e a presença na SIAM 2025, no Marrocos, com empresas voltadas a proteína animal, fertilizantes, maquinário agrícola e cafés especiais.
O reconhecimento internacional como país livre de febre aftosa sem vacinação, concedido pela Organização Mundial de Saúde Animal, fortalece a imagem brasileira e abre portas para que estados como o Acre possam inserir carne, castanha, madeira e bioinsumos em mercados emergentes, incluindo nações africanas.