A busca desenfreada pela beleza exterior

Vivemos em uma era em que se busca, constantemente,
a fórmula mágica da eterna juventude do corpo
Uma sociedade que se debruça, dia e noite, sem cessar, sem cansar
Mas, afinal, qual seria o segredo para alcançá-la?
Se é que realmente existe
Se é que realmente é alcançável.

Mas não seria uma busca em vão? Uma mera ilusão?
Algo sem direção? Que culminaria numa total desilusão?

Mas quem não quer, na pele e no corpo, uma maior vitalidade?
Independentemente das circunstâncias, quem não desejaria viver mais e com maior vivacidade?
Ter no rosto aquele brilho da mocidade, que reluz, e que, em demasia, seduz?
Ah mocidade!
Dias de esplendor! Dias de vigor! Dias de esplendor!

Mas nessa busca incessante pelo belo, pelo perfeito, que sequer existe,
Qual lugar será que tem ocupado a busca pela juventude de alma?
A busca por uma alma rejuvenescida, revitalizada e fortalecida?
Por uma alma florida no belo jardim da vida?
E onde, então, poderíamos encontrar a fonte que jorra essa juventude d’alma?

Diria que poderia ser encontrada nos rios de águas límpidas
da gratidão, da compaixão, do perdão, e da humildade de coração.
Diria, ainda, que poderia ser encontrada nas correntezas profundas do oceano
do amor, da empatia e da alegria.

Ou dentro de cada um de nós,
Na luz interior, na real essência, na simplicidade de vida e das coisas, e na paz de espírito.
Numa mente criativa, curativa, instintiva e inspirativa.

Uma beleza exterior sem o reflexo na beleza interior de nada serve,
Pois fenecerá um dia, enquanto a alma leve e iluminada se eternizará,
e transcenderá a finitude das coisas
Do que adianta uma beleza exterior se a alma é vazia de sentimentos como a compaixão e a gratidão?
Do que adianta ser cercado por uma beleza descomunal quando há total indiferença para com os sentimentos e sofrimentos alheios? Quando sequer há espaço para a empatia habitar?

De certo, a juventude do corpo é louvável, e, aos olhos humanos, tão apreciável, desejável
Mas é a juventude de espírito a razão de toda nossa existência efêmera e findável
Que conduzirá o homem a experiências essencialmente grandiosas e valorosas,
Que transcenderão ao meramente superficial e adentrarão o mundo espiritual, existencial.

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