A BOMBA DO LIXO ESTOURA NO COLO DE BOCALOM

Por Marcela Jansen

“O castigo dos bons que não fazem política é serem governados pelos maus”. (Platão)

A BOMBA DO LIXO ESTOURA NO COLO DE BOCALOM

O Ministério Público apertou o cerco e expôs o que já era visível (e fedorento): a UTRE de Rio Branco virou símbolo do descaso ambiental na gestão Bocalom. Vistoria apontou falhas graves no manejo de resíduos, chorume escorrendo como se fosse suco de incompetência e estrutura sucateada com apenas um trator em ação. O MP deu seis meses para reestruturar tudo — ou os gestores responderão na Justiça. A pergunta que fica: se o lixo não é prioridade, o que será?

BATIDO O MARTELO (E O TAMBOR)

Em recente entrevista ao jornalista Luciano Tavares, no podcast Papo Informal, Luiz Calixto jogou a real: a candidatura de Mailza Assis ao governo pelo União Progressista já está selada. Não é especulação, é ordem de cima – e, como ele mesmo disse, “inegociável”. Tradução: quem quiser que chore no canto.

ALAN RICK, O SEM FEDERAÇÃO?

E quanto a Alan Rick, se quiser entrar na corrida ao Palácio, vai ter que trocar de legenda. O União Progressista já tem dona no Acre – e atende pelo nome de Mailza. Restam ao senador duas opções: mudar de partido ou mudar de ideia.

MAILZA OU MAILZA

Entre uma vírgula e outra, o secretário de governo soltou uma das falas mais cruas da pré-campanha: “Mailza só não é candidata se Deus não quiser”. Ou seja, política agora virou questão divina. Quem discordar, que converse com o Altíssimo.

FUMAÇA BRANCA NO PALÁCIO?

Se alguém ainda esperava um movimento de união no grupo governista, pode tirar o cavalinho da chuva. A fala de Calixto não deixou margem para dúvida: ou se embarca no projeto Mailza ou se fica pra trás. O tempo da diplomacia acabou.

ZEN SUBIU O TOM

E por falar em Calixto, seus comentários contra a extinta Frente Popular não agradou presidente do PT, Daniel Zen, que disse com todas as letras: o governo Gladson é “muito, mas muito pior” que qualquer gestão da Frente Popular. E olha que ele nem precisou espremer muito para tirar esse suco de comparação.

GLADSON NA NASA?

Calixto chamou Gladson de “fenômeno a ser estudado pela Nasa”. Zen devolveu na mesma moeda: “Parte dessa popularidade é comprada com rios de dinheiro público para calar a imprensa”. Tradução: se o governo apanhasse metade do que Tião apanhou, já estaria derretido.

SOBRE FINGIR QUE NÃO É COM ELE

Zen foi direto ao ponto: chamou o governo Gladson de “o mais corrupto da história do Acre” e ainda alfinetou Calixto por fazer vista grossa. “Finge que não existe.” E completou com um veneninho leve: “Mas isso é do jogo, sigamos…”

QUEM TEM MEDO DA VERDADE?

O presidente do PT cutucou onde dói: insinuou que o Palácio vive numa bolha de bajulação, sustentada com verba de Comunicação. O recado veio com endereço. Mas será que alguém vai responder? Acho que não! Próximo…

DEBATE À ALTURA? NÃO TEVE.

Enquanto Zen disparava argumentos, o Palácio preferiu seguir no modo “podcast de elogios”. Calixto jogou confete e comparações sem muito lastro — e parece esquecer que o Acre tem memória. Ao menos, parte dele.

TABULEIRO EM BRASÍLIA, CONSEQUÊNCIA NO ACRE

MDB em dúvida entre PSD e Republicanos. Parece só mais uma negociação de cúpula na capital federal, mas aqui no Acre é terremoto. Dependendo da escolha, tem figurão que ganha fôlego e outro que pode ir parar na planície do esquecimento.

PETECÃO EM MODO SALVA-VIDAS

Desidratado nas pesquisas, fora do centro das articulações e com a velha retórica já sem apelo, Petecão sabe que 2026 não será passeio no parque. A federação com o MDB é a boia que ele precisa para não afundar de vez no mar revolto da próxima eleição.

DUARTE, O NOME DO REPUBLICANOS

Se o MDB for de braços dados com o Republicanos, a equação muda. Roberto Duarte entra em campo com reforço de peso e vira o “queridinho” do bloco. E Petecão? Fica a ver navios — ou, melhor, tenta remar contra a maré com um barquinho furado.

MARCUS ALEXANDRE: BEM NAS PESQUISAS, MAL NOS ACORDOS

Pode até estar no topo da preferência popular, mas Marcus Alexandre corre sério risco de virar coadjuvante por conta dos arranjos nacionais. MDB unido ao PSD? Dá Petecão. MDB com Republicanos? Dá Duarte. Em ambas, Marcus dança sem nem saber quem pôs a música.

ALAN & PETECÃO: UNIÃO DOS DESCARTADOS?

Com Mailza ungida como candidata da federação União Progressista, Alan Rick ficou sem teto. Petecão, sem oxigênio. E adivinha? Já circula em Brasília o zum-zum-zum de uma possível conversa entre os dois. Uma aliança do tipo: “se sobrou para nós, vamos juntos”.

FEDERAÇÃO, AGORA TODO MUNDO QUER

Quando a esquerda criou a federação, chamaram de gambiarra eleitoral. Agora, depois que União Brasil e PP fizeram a sua, virou modinha. MDB, PSDB, Republicanos e até PDT querem garantir o próprio pedaço do bolo de 2026. Afinal, ninguém quer ir para urna sozinho.

EFEITO DOMINÓ: QUEM FICA EM PÉ?

A federação Mailza-Progressistas-União foi o empurrão inicial. Agora cada partido corre para garantir seu lugar no tabuleiro. O que era tratado como “movimento da esquerda” virou ferramenta de sobrevivência. O jogo virou — e tá só começando.

QUEM SOBE NO PALANQUE?

Dependendo de como a dança das federações acabar, o Acre pode ter palanques inusitados. Petecão e Marcus Alexandre juntos? Alan Rick de braços dados com Duarte? Até Gladson já escolheu seu lado. O resto corre atrás de legenda, tempo de TV e um lugar à sombra.

Compartilhar