Foto: Saimo Martins
A sexta-feira amanheceu com mobilização e protesto em Rio Branco. Centenas de profissionais da educação ocuparam a região central da cidade, em frente à sede da Prefeitura, para denunciar o descaso da gestão municipal com direitos básicos da categoria. Durante o ato, foi oficialmente deflagrada a greve geral nas escolas da rede pública, atingindo mais de 55 unidades em todo o Acre.
A decisão foi aprovada por ampla maioria em assembleia convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Acre (Sinteac), realizada na Praça da Revolução. A paralisação é a continuidade de um processo de desgaste com a administração municipal, que, segundo os servidores, ignora reivindicações amparadas por legislações federais.
A presidente do Sinteac, Rosana Nascimento, afirma que os profissionais não estão pedindo favores, mas o cumprimento de direitos já assegurados em lei. Entre os pontos centrais da pauta estão: atualização do Piso Nacional do Magistério; reajuste inflacionário para demais servidores da educação; pagamento de auxílios alimentação e saúde; e garantia integral da oratividade, que segundo a legislação, deve ser de 8h33 por semana — mas a prefeitura só assegura 5h.
“Não há ilegalidade nas nossas demandas. Pelo contrário, todas elas têm amparo em normas federais. O que falta é vontade política. O próprio prefeito já disse que recursos existem, o que está ausente é gestão. Se há dinheiro, por que não valorizar quem faz a educação acontecer?”, questiona Rosana.
A sindicalista informou ainda que a deflagração da greve já foi comunicada formalmente ao Ministério do Trabalho, para garantir total legalidade ao movimento. Ela reforçou que a mobilização segue todos os trâmites legais e foi deliberada ainda na última paralisação parcial da categoria.
“Não vamos aceitar mais enrolação. Ou os profissionais se mobilizam agora, ou continuarão sendo enganados. Essa greve é o reflexo de anos de paciência e diálogo ignorado. Nossa meta é parar 100% das escolas até que a Prefeitura assuma seu compromisso com a educação pública”, declarou a presidente do sindicato.
Impacto nas escolas e próximos passos
O movimento deve afetar diretamente a rotina de milhares de alunos e professores. Mais de 55 escolas já aderiram ao protesto, e o número pode crescer nos próximos dias. A categoria promete intensificar as mobilizações caso a prefeitura siga sem apresentar uma proposta concreta.
Até o fechamento desta edição, a gestão municipal não havia se pronunciado sobre as demandas do Sinteac nem sobre os efeitos da greve nas unidades escolares.
