O episódio da senhora com o guarda-chuva aberto dentro do ônibus, em Rio Branco, se protegendo da chuva, não passou despercebido na Câmara Municipal de Rio Branco. Durante a sessão de quarta-feira, 12, o vereador Kamai (PT), classificou a imagem como ‘triste realidade’ e cobrou uma resposta do Executivo Municipal.
“A prefeitura de Rio Branco encontrou jeitinho para tudo, menos para resolver os problemas da cidade. O dia a dia nos bairros, nas unidades de saúde, nas escolas são muito diferentes da realidade das contas da prefeitura. E elas são caras, os valores são altíssimos, mas não correspondem de fato com a realidade que vemos. A imagem daquela senhora com guarda chuva aberto dentro do ônibus, porque estava chovendo lá dentro, comprova o que falo. Enquanto os secretários estão dedicados a fazer disputa política onde não lhes cabe”, disse o vereador.
Kamai também pontuou sobre a nomeação da esposa do prefeito Tião Bocalom, Kelen Nunes, como chefe de gabinete da Prefeitura de Rio Branco. A nomeação foi publicada no Diário Oficial do Estado (DOE), na edição de terça-feira, 11, por meio do Decreto nº 524, de 10 de fevereiro de 2025. O remuneração será de R$ 28,5 mil.
O vereador destaca que Bocalom e Kelen, juntos, acumulam um rendimento de R$ 63.500 mil reais. “Reflitam se isso é razoável, em uma cidade onde os trabalhadores ganham em médio cerca de dois a três salários mínimos, o prefeito se utilizar de suas prerrogativas para nomear a esposa e acumular um rendimento disse.
E acrescentou: “aqui nenhuma crítica e questionamento as capacidades da Dra Kelen. Ela foi procuradora do Depasa e colaborou muito com o Ruas do Povo, uma excelente advogada. Também colaborou muito com as políticas públicas de saneamento e pavimentação da cidade. Mas, é preciso fazer essa reflexão”.
Bocalom justifica a nomeação apontando o parecer favorável da Procuradoria-Geral do Município no qual frisa que o cargo tem status de agente político desde 2017, conforme a Lei Municipal nº 2.225 e o artigo 63 da Lei nº 1.959/2013. Com base nisso, a nomeação não fere a Súmula Vinculante nº 13 do Supremo Tribunal Federal (STF), que trata de nepotismo.
O Ministério Público do Estado do Acre (MPAC) informou que vai investigar a nomeação de Kelen Rejane Nunes. A investigação será conduzida pela 2ª Promotoria Especializada de Defesa do Patrimônio Público e Fiscalização das Fundações e Entidades de Interesse Social.
