Uma fala feita nas redes sociais por Su Mesquita, filha do atual secretário de Indústria, Ciência e Tecnologia do Acre (Seict), Assurbanípal Mesquita, gerou forte repercussão nas redes sociais e provocou diversas reações negativas dos internautas.
A polêmica começou após a jovem publicar no “X” (antigo Twitter) uma sequência de comentários nos quais fazia críticas ao Acre. Entre os comentários mais compartilhados, a jovem afirmou que “o Acre é um atraso de vida” e que “quem nasce aqui tem que sair o quanto antes se quiser crescer de verdade”. As declarações, consideradas por muitos como ofensivas e preconceituosas, viralizaram rapidamente, gerando indignação e debates acalorados.
Reações imediatas
Em poucas horas, as redes sociais foram tomadas por mensagens de repúdio. Nas redes sociais, os acreanos reagiram com críticas à postura da jovem, cobrando uma posição do pai dela, que ocupa um cargo de destaque no governo.
“É inaceitável que alguém tão próximo de um gestor público desrespeite o povo acreano com esse tipo de fala elitista e preconceituosa”, escreveu uma internauta. Outro comentou: “O mínimo que se espera é uma retratação. Isso é mais que opinião pessoal — é desprezo por quem vive e constrói este estado.”
Em outra publicação, uma jovem lamentou a filha do secretário ter vergonha do estado onde nasceu, mas ter uma vida de estabilidade financeira devido um cargo público exercido pelo pai. “Como pode ter pessoas com vergonha da história de sua própria cidade, e o principal: as condições e privilégios que essa moça tem vieram de qual estado?”.
Outros internautas comentaram: “nem sou do Acre, mas tenho raiva de quem faz isso”; “O pai dela ganha dinheiro onde?; “Ela pode até odiar o Acre, mas com essa cara é reconhecida até na China como acreana do pé rachado”; “Sou do Acre e conheço a família…no mínimo estão todos com vergonha e com certeza não compactuam com a postura dela”.
A hashtag #RespeiteoAcre chegou a figurar entre os assuntos mais comentados localmente.
Retratação pública
Diante da repercussão, Su Mesquita publicou um vídeo em tom mais comedido, no qual afirma que foi ‘mal interpretada’ e que suas palavras foram ditas ‘num momento de frustração pessoal’.
“Jamais quis ofender o povo acreano. Reconheço que fui infeliz na escolha das palavras e peço desculpas a todos que se sentiram desrespeitados. O Acre é parte da minha história e da minha formação, mesmo com as dificuldades que existem”, disse ela.
O secretário Assurbanípal Mesquita também se manifestou, por meio de nota oficial divulgada pela assessoria da Seict. No documento, o gestor afirma que “não compactua com nenhuma declaração que desvalorize o Acre ou sua população” e que, embora respeite a liberdade de expressão da filha, “lamentos sinceramente os transtornos causados pelas declarações dela”.
Debate necessário
O episódio reacendeu discussões importantes sobre autoestima regional, desigualdade, oportunidades e a imagem do Acre no imaginário nacional. Embora as falas tenham sido amplamente criticadas, alguns internautas aproveitaram para ressaltar as dificuldades reais enfrentadas por jovens no estado, como falta de investimento, oportunidades limitadas e precariedade em áreas como educação, emprego e cultura.
“Precisamos, sim, de mais oportunidades no Acre. Mas isso não justifica desrespeito. É possível criticar sem desmerecer”, afirmou um professor da Universidade Federal do Acre em postagem nas redes.


